O crowdfunding, ou financiamento coletivo, está permitindo que as pessoas tirem suas ideias do papel e as transformem em negócios
Boas ideias para negócios promissores surgem o tempo todo: em um encontro de família, em uma reunião de trabalho ou até em um papo de bar. O argumento é bom, o plano de negócios viável, o sucesso é quase garantido. Só falta encontrar quem tope entrar com a parte mais importante e a mais difícil de obter: a grana. Na maioria das vezes, a falta de dinheiro (próprio ou a juro baixo) impossibilita que a ideia saia do papel. Mas na era digital, por meio das redes sociais, viabilizar uma iniciativa ficou muito mais fácil graças ao crowdfunding, ou financiamento coletivo, na tradução para o português, um modelo de negócio recém-chegado ao Brasil. O modelo funciona de forma muito simples: você cria um projeto (que pode ser um novo software ou produto), estima a quantia que precisa arrecadar e o inscreve em algum site de crowdfunding (conheça alguns deles abaixo). As pessoas que acreditam na sua ideia tornam-se patrocinadoras dela, podendo doar as quantias que desejarem em troca do produto que estão patrocinando, ou simplesmente pelo crédito de agradecimento em seu trabalho.
O dono do projeto só receberá o dinheiro se a cota definida como necessária para concluir a empreitada for arrecadada dentro de um prazo estabelecido. Para tornar o processo transparente, os valores conseguidos são atualizados em tempo real e ficam à mostra na página de cada projeto. Isso garante que o trabalho só comece quando houver o investimento inicial necessário, sem ter de parar o desenvolvimento da iniciativa. O site fica com cerca de 5% do valor arrecadado (esse montante varia de site para site) caso o projeto tenha sucesso. Se não alcançar o valor estipulado, o patrocinador pode escolher outro projeto para investir ou solicitar seu dinheiro de volta. Tudo simples e ao alcance de alguns cliques. PIONEIROS DA ONDA A onda do crowdfunding começou nos Estados Unidos, em 2009, com o lançamento da rede Kickstarter, hoje a maior do mundo, com cerca de 25 milhões de dólares arrecadados, financiados por mais de 300 000 pessoas, que custearam 4 000 projetos. Não demorou para que o modelo fosse exportado para o mundo todo. No Brasil, o primeiro site do tipo é o Vakinha, dos sócios gaúchos Fabricio Milesi, Diego Izquierdo e Luiz Felipe Gheller. O site deles, mais abrangente, não aborda apenas negócios e projetos, mas também sonhos de consumo pessoais, como próteses de silicone, viagens e até um carro novo, se o usuário conseguir convencer os outros de que ele merece. Funciona como uma espécie de Porta da Esperança digital. Hoje, o maior site do tipo em operação no país é o Catarse, que surgiu no início deste ano e tem como foco ajudar a viabilizar modelos de negócios e projetos sociais. O site foi fundado pelos estudantes de administração de empresas Diego Reeberg, de 23 anos, e Luís Ribeiro, de 20, que queriam empreender algo novo e, ao conhecerem o Kickstarter, viram no crowdfunding uma nova possibilidade de fazer algum dinheiro. "Ficamos fascinados pelo modelo, pois tinha tudo a ver com o que achávamos que um negócio deveria ser: colaborativo, conectado às mídias sociais e capaz de promover mudanças na sociedade", diz Diego, um dos sócios. O site já conquistou alguns fãs como patrocinadores e pessoas com ideias em busca de recursos. Em um mês, o Catarse arrecadou 14 500 reais. Já entraram no ar 37 projetos em busca de financiamento. Desses, 18 já tiveram o prazo de captação encerrado, sendo que dez conseguiram sair do papel. "Até agora 1 475 pessoas já patrocinaram projetos que divulgamos", diz Diego. O site, que começou com um investimento de 10 000 reais, hoje conta com a Softa, uma empresa de softwares de Porto Alegre, como sócia. "Para companhias baseadas na internet, ter gente técnica dentro do negócio é praticamente imprescindível", diz Diego.
fonte:http://planetasustentavel.abril.com.br/noticia/desenvolvimento/crowfunding-financiamento-coletivo-ideais-virar-negocios-635028.shtml
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